O surf como “lifestyle” com Louise Agnez

A capixaba Louise Agnez passa parte da sua vida praticando o surf como um “lifestyle”. Em entrevista exclusiva ao Tudo pelo Surf, Louise contou como começou a gostar e praticar o esporte.

“Meu pai é uma pessoa que sempre gostou do mar, praticou mergulho de apneia durante muitos anos, pescava e trouxe isso para mim. Com dois anos eu já sabia nadar e aos três ganhei uma prancha de bodyboard e entrava no mar sozinha (sempre com a supervisão da minha mãe, extremamente preocupada), mas eu nunca me identifiquei com o bodyboard e por isso não me dediquei, era apenas uma brincadeira. Aos 8 anos, larguei a pranchinha de body de lado e comecei a fazer natação por indicação médica, pois tenho rinite alérgica e sinusite. Os anos foram passando, a adolescência chegou, e meu primo, Danilo, começou a surfar e eu passei a admirar aquilo. Achava incrível ver ele acordando cedo com os amigos, saindo de bicicleta com a prancha embaixo do braço, amarrando as pranchas em cima do carro e indo surfar. Sempre pedia para ele me ensinar até que um dia ele aceitou, mas ficou comigo 5 minutos e depois foi surfar. Resumo da história: não aprendi nada (risos). Tive um ex-namorado que também surfava e eu acordava 5h da manhã com ele só para ir assistir e ficar na praia. Até o dia que coloquei na minha cabeça que ia aprender a surfar e pedi para ele me ensinar, mas foi de novo aquela velha história. Todo surfista não vai querer assistir as ondas passarem enquanto ele tá ali “perdendo tempo” ensinando alguém – hoje eu entendo isso! Daí resolvi que iria contratar um profissional para me ensinar. Peguei com esse meu ex-namorado (que ainda era atual) o contato de um conhecido que dava aulas de surf na praia que frequentávamos e fechei um pacote de 8 aulas. Comecei minhas aulas em Outubro de 2015 e na minha primeira aula já consegui ficar em pé. Com 8 aulas fiz minha primeira prancha e daquele momento em diante eu não parei mais: fiz ao todo 18 aulas”, disse ela que completou falando sobre sua paixão pelo surf. “Eu vejo o surf como um estilo de vida, além do esporte. Sou uma pessoa que prefere o dia, eu amo ir a praia independente do tempo. É delicioso surfar, seja em dias de chuva ou dias de sol. Gosto de surfar pela sensação que me causa, porque o mar pode estar ruim, mas a remada sempre vale a pena e eu posso cair na água sozinha que sempre arrumo uma companhia de surf para aquele momento, alguém que vai estar ali trocando ideia, te dando dicas de qual é a boa. Quando saio da água me sinto leve. São esses bons momentos que o surf proporciona em minha vida e faz tudo valer à pena. Minha animação para o surf já começa no dia anterior arrumando as coisas no carro, arrumando a mochila, preparando o lanche do dia seguinte, combinando com os amigos, colocando o celular para despertar… é uma sensação de liberdade, paz e bem-estar indescritível”, afirmou.

14671144_1138512586236332_8320321231292732747_n

Louise também divide o surf com sua carreira profissional de gestão pública.

“Eu sou formada em Ciências Contábeis, comecei agora minha pós graduação em Gestão Pública e trabalho (mais de) 8 horas por dia. Trabalho em uma empresa nacional de softwares voltados para gestão pública. Atuo com os softwares de Administração Financeira voltados para a área de Contabilidade Pública e sou Consultora de Produto responsável técnica pelos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Eu não tenho rotina: hoje posso estar trabalhando no escritório e de repente acontecer algo que vai me fazer largar tudo e ir para o cliente em outra cidade, ou então descobrir que na semana seguinte tenho que estar no Rio de Janeiro. No fundo, eu adoro isso de não ter rotina e, resumidamente, costumo dizer que meu trabalho é resolver problema”.

Por fim, Louise comentou também sobre o atual momento do surf feminino e disse que falta mais campeonatos no país.

“Percebo que o surf feminino vêm ganhando um pouco mais a mídia nos últimos anos, mas ainda é pouquíssimo divulgado e estimulado. Todo mundo sabe quem é o Gabriel Medina, por exemplo. Quando ele ganhou o campeonato mundial foi alvo de reportagens durante uma semana ou mais. Esse ano a Silvana Lima ganhou o campeonato, mas vi apenas uma matéria com ela. Com isso podemos constatar que a necessidade de um apoio maior é nítida, inclusive nas premiações oferecidas nos campeonatos femininos que são inferiores àquelas oferecidas na categoria masculina. A criação de mais categorias nas etapas femininas também é válida e poderia servir como um incentivo. Conheço muita meninas que não competem porque no feminino só tem uma opção: “feminino”. A maioria dos campeonatos não possui, por exemplo, categorias iniciante e freesurf no feminino. Ou seja, só competem as Pro”, finalizou.

Por João Otávio Vieira

2 comentários em “O surf como “lifestyle” com Louise Agnez

Deixe uma resposta