Gabriel Medina pode ser tricampeão mundial em Portugal

O MEO Rip Curl Pro Portugal começa nesta quarta-feira em Peniche e pode decidir os títulos mundiais de 2019, antes das etapas que irão fechar a temporada do World Surf League Championship Tour no Havaí. Para Gabriel Medina, o tricampeonato antecipado só será possível de acontecer, se ele chegar na final em Supertubos, o que já conseguiu duas vezes em oito participações nesta etapa. Já a havaiana Carissa Moore tem chances de conseguir o tetracampeonato nas semifinais da estreia do CT feminino em Peniche.

São dois cenários que podem colocar Gabriel Medina em um seleto grupo de apenas cinco surfistas que conseguiram três títulos, desde o início do Circuito Mundial de Surfe Profissional em 1976. O primeiro foi o australiano Mark Richards, tetracampeão em 1979/80/81/82. O segundo foi o californiano Tom Curren em 1985/86/90. Aí veio Kelly Slater repetindo o feito logo nos primeiros anos da divisão do circuito em Championship Tour e Qualifying Series, em 1992, 94 e 95, com 23 anos de idade somente. O maior fenômeno da história do esporte, ainda faturou outros oito títulos, sendo o único a emendar um pentacampeonato consecutivo em 1994/95/96/97/98, quando resolveu dar um tempo no Circuito Mundial.  

O havaiano Andy Irons (in memoriam) foi o terceiro a igualar um tricampeonato seguido em 2002/03/04, como Mark Richards havia conseguido no início do Circuito Mundial. Já o último a entrar nesta lista foi o australiano Mick Fanning, campeão em 2007, 2009 e 2013. São duas possibilidades para Gabriel Medina entrar neste grupo já no MEO Rip Curl Pro Portugal, antes mesmo do Billabong Pipe Masters, que fecha a temporada 2019 em dezembro no Havaí.

Para isso, precisa chegar na final em Supertubos, o que já conseguiu duas vezes, ambas enfrentando Julian Wilson. O australiano o derrotou em 2012, mas Medina deu o troco em 2017 e no ano passado parou nas semifinais, sendo barrado pelo defensor do título, Italo Ferreira. Uma segunda vitória em Portugal pode lhe garantir o tricampeonato mundial se o vice-líder, Filipe Toledo, não tiver chegado nas quartas de final e o número 4 do ranking, Italo Ferreira, não for o outro finalista igualmente pela terceira vez, pois foi campeão no ano passado e vice em 2015, na decisão brasileira com Filipe Toledo.

Os três principais concorrentes já têm vitórias em Portugal. O tricampeonato antecipado também pode acontecer com a simples passagem de Medina para a grande final, desde que Filipe tenha perdido até a terceira fase e não consiga um nono lugar nas oitavas de final, se Italo não tiver chegado nas quartas de final, senão poderá igualar seus 54.485 pontos com uma vitória no Havaí, forçando uma bateria extra para definir o campeão em Pipeline. Além disso, o sul-africano Jordy Smith e o californiano Kolohe Andino, não poderão ter passado para as semifinais, o que também levaria a decisão do título para o Billabong Pipe Masters.

LIDERANÇA EM PORTUGAL – Apesar de oito surfistas terem chances matemáticas de ser campeão mundial de 2019, já com John John Florence fora da lista por estar contundido, apenas os top-5 do ranking vão brigar pela liderança do ranking nesta penúltima etapa da temporada. Para superar os atuais 48.015 pontos do Gabriel Medina, Filipe Toledo já precisa chegar nas quartas de final, Jordy Smith nas semifinais, Italo Ferreira na grande final e Kolohe Andino vencer o campeonato.

Se chegar nas oitavas de final, acaba com as chances do Kolohe e Filipe só conseguirá ultrapassar os 50.005 pontos que Medina passaria a somar nas semifinais, enquanto Jordy e Italo já necessitariam da vitória para isso. Caso avance para as quartas de final, totalizará 51.430 pontos e Italo sai da briga pela ponta em Portugal, Filipe terá que chegar na final e Jordy da vitória. Se passar para as semifinais, Jordy também sai da batalha pela lycra amarela do Jeep Leaderboard no MEO Rip Curl Pro e Filipe terá que vencer para superar os 52.770 pontos de Medina, que se garante na liderança se chegar na grande final.

TETRACAMPEONATO – Diferente de Gabriel Medina, Carissa Moore pode confirmar seu quarto título mundial já nas semifinais do MEO Rip Curl Pro Portugal, desde que a vice-líder, Lakey Peterson, não tenha chegado nas quartas de final, a também norte-americana Caroline Marks não ter passado para a grande final e a australiana Sally Fitzgibbons não vencer o campeonato. Carissa faz uma temporada impressionante e seus dois piores resultados, para trocar nestas últimas etapas, são um quinto lugar, pois chegou nas quartas de final em todas.

Se ela perder antes disso, a decisão do título vai automaticamente para a ilha de Maui, onde acontece a grande final do CT feminino, com qualquer resultado de Lakey Peterson. Mas, para seguirem com chances matemáticas, Sally e Caroline terão que ser finalistas em Portugal. Caso Carissa chegue na decisão do título em Supertubos, garante o tetracampeonato antecipado se Lakey não tiver passado para as semifinais e Caroline não vencer o evento. Se a havaiana ganhar o MEO Rip Curl Pro, confirma seu quarto título se a final não for contra Lakey Peterson, que ainda poderia igualar seus 62.515 pontos com a vitória em Maui, forçando uma bateria extra para decidir o título mundial feminino de 2019.

PRIMEIRA FASE DO MEO RIP CURL PRO PORTUGAL:

1. Kanoa Igarashi (JPN), Willian Cardoso (BRA), Ricardo Christie (NZL)

2. Kolohe Andino (EUA), Griffin Colapinto (EUA), Soli Bailey (AUS)

3. Italo Ferreira (BRA)Yago Dora (BRA), Frederico Morais (PRT)

4. Jordy Smith (AFR), Caio Ibelli (BRA),

5. Filipe Toledo (BRA), Ezekiel Lau (HAV),

6. Gabriel Medina (BRA), Joan Duru (FRA),

7. Owen Wright (AUS), Jack Freestone (AUS), Jadson André (BRA)

8. Jeremy Flores (FRA), Deivid Silva (BRA), Leonardo Fioravanti (ITA)

9. Julian Wilson (AUS), Conner Coffin (EUA), Jessé Mendes (BRA)

10: Seth Moniz (HAV), Adrian Buchan (AUS), Peterson Crisanto (BRA)

11: Ryan Callinan (AUS), Wade Carmichael (AUS), Sebastian Zietz (HAV)

12: Kelly Slater (EUA), Michel Bourez (TAH), Michael Rodrigues (BRA)

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