Resumo da Live: Caio Ibelli fala sobre bateria com Medina e sua carreira

Na nossa live desta terça-feira tivemos uma conversa irada com o integrante da elite @caioibelli. Para quem não acompanhou se liga no resumo do que rolou.

Retrospectiva:

– Campeão brasileiro em 2010

“Eu fui campeão Pro Jr. bem novo com 16 anos de idade e foi numa final clássica com altas ondas contra o Marco Fernandez. O fato curioso foi que a competição estava sendo realizada na Joaquina e a previsão para o último dia era de condições extremas e não tinha motivo para mudança de pico.

Entretanto o Pinga que era um dos organizadores do evento fez de tudo e em menos de 24h juntos com os locais e mudou o campeonato para o Campeche.  O último rolou com altas ondas e deve ter sido um dos melhores eventos Jr. da história no Brasil”.

– Mundial Júnior em 2012

“Em 2012 foi primeiro ano que a WSL fez um campeão Mundial Jr. ser decido em três etapas. Naquele ano a gente comecei com um quinto lugar na Indonésia. 

Na segunda etapa era no Brasil estava sendo realizada no Arpoador e não tinha onda e acabou mudando para a Praia do Diabo. E acabou sendo um campeonato alucinante que acabei vencendo.

Na última etapa realizada na Austrália cheguei lá disputando o título com o Garret Parks e aconteceu uma situação inusitada e terminamos empatados no ranking. A WSL resolveu fazer uma bateria extra pela primeira vez na história para decidir o campeão. Eu entrei naquela final com tudo e acabei vencendo”.

– Seu ano de 2015 como campeão do WQS 

“Esse período entre o título mundial Pro Jr e a entrada no CT demorou muito e parecia ter passado uma vida toda. Eu pensei em até desistir do QS naquele ano e falei vou tentar uma última vez. Quando começou a dar tudo certo e se encaixar.

Os eventos começam em Trestles esse ano e já comecei perdendo de cara. Logo depois comecei a fazer meus resultados: terceiro lugar em Saquarema; terceiro lugar em Ballito (África do Sul);  segundo lugar em Cascais (Portugal);  um quinto no Oi HD São Paulo Open e fiz um nono lugar Vans World Cup. Foi um ano alucinante e tudo deu certo!!!

-Sua análise sobre esses anos de CT

Eu senti que os juízes querem te testar e arrancar seu máximo quando você entra no Tour. Eu parei pra ver minhas baterias nesse período parado e sem competições e gostei do jeito que fiz meu ano de estreia. No meu segundo ano eu achei que meu surf não estava fluindo e estava mais lento. Já no terceiro eu acreditava que alguma coisa boa ia acontecer e já estava pegando o ritmo da elite quando acabei me machucando.

No quarto ano voltando de lesão apesar de voltar bem e recuperado para recuperar o ritmo demorou um pouco. Senti que meu surf voltou ao normal após um surf trip”. 

Guarujá possui grandes representantes no surf. O que torna esse lugar tão especial pra prática do esporte?

“O Guarujá é um dos lugares mais constantes de onda do Brasil e nunca está flat. Não importa a ondulação que entra sempre vai rolar boas condições para prática do surf. Isso que acaba sendo o diferencial.

Quando era mais novo eu observava muitos surfistas passando temporadas aqui por causa da constância de ondas”. 

Depois da sua lesão em Margaret em 2018, que coincidiu com a do JJ e do Kelly, como ele vê o critério de vagas de lesionados da WSL. É preciso mudanças?

“Nesse período lesionado eu tive muito tempo para pensar sobre essa questão. Eu conversei com o pessoal da WSL e falei sobre minha opinião. No CT o top-22 se classifica pro ano seguinte e no QS o top-10, eu penso que se tiver os surfistas que se classificaram pelos dois rankings essas vagas não deveriam ficar para os surfistas que estão nas posições acima. E sim deveriam deixar essas vagas extras para atletas lesionados e usar para o bem do esporte”. 

Comentar sobre patrocínio! Por que mesmo com a ascensão do surf brasileiro ainda é tão complicado essa questão?

“Está muito difícil a situação no Brasil e com o dólar alto complica ainda mais para competir as etapas. Hoje o atleta brasileiro que não compete no CT vive uma dificuldade enorme para correr o ano todo do QS. Antigamente o Circuito Brasileiro era tão forte que conseguiam juntar um dinheiro para ir viajar para etapas no exterior”.

Depois de duas baterias sua com o Medina nós presenciamos, infelizmente, alguns ataques de internautas na sua página. O que você acha do novo público que o surf tem atraído com a ascensão dos atletas brasileiros?

“Não sei nem o que dizer. Só penso que se o surf fosse ‘menor’ não aconteceria casos assim. Pra exemplificar vou contar um caso que rolou uns dias após a primeira bateria com o Medina.

Eu fui surfar em Portugal bem longe da área do evento juntos com alguns juízes. Eu vi um senhor com uma vara gigante e como gosto de pescar fui conversar e comecei a perguntar o que ele tinha pescado e sobre os peixes na região. Do nada ele parou o assunto me perguntou se eu era brasileiro e falou: Roubaram o Medina, né? 

Essa é a proporção que o surf está tomando é legal em partes. Quando é positivo tudo bem, mas não consigo ver esse lado bom senão todos estariam com patrocínio e não passariam por situação desagradáveis como estas em suas redes sociais”. 

Aprova as novas mudanças da WSL em relação a regra de interferência?

“Eu achei positiva apesar de ouvir sobre essa regra por outras pessoas. Não cheguei a ler porque nunca vou usar ela. 

Quando rolou a interferência do Medina em Pipeline eu não entendi nada por que nunca pensava que poderia acontecer. Eu acredito que a aquilo foi pensado/ conversado antes da bateria. Na hora pela reação, eu percebi que ele não queria ter feito aquilo. Ele ficou meio envergonhado e com receio.

Eu não tiro a razão dele ter feito interferência quando ele estava em busca do titulo mundial, mas eu nunca faria isso!!!”.

Por João Otávio Vieira

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