Resumo da Live: Miguel Pupo fala sobre carreira e volta ao CT
Pensando nesse período sem eventos, nós do Tudo pelo Surf, convidamos alguns surfistas para uma bate-papo. O convidado deste sábado foi o paulista @miguelpuposurf que falou sobre sua carreira e expectativas para o ano de 2020 na sua volta ao CT.
Retrospectiva
Vitórias no QS
– 2011 Nike Lowers Pro
“Lowers foi legal porque foi a minha primeira vitória no QS em eventos da ASP e logo no começo do ano vencer uma etapa Prime me ajudou bastante a dar um gás e me classificar no meio do ano pra elite”.
-2011 O’Neill Coldwater Classic Santa Cruz
“Já estava vivendo uma nova realidade e competindo com os meus ídolos e já estava numa outra vibe. Esse evento Prime foi antes de ir pro Hawaii e gosto muito do lugar, deu tudo certo e acabei vencendo”.
– 2012 Hang Loose Fernando de Noronha Pro
“Noronha pra mim é o melhor lugar do mundo. Aquele lugar é incrível. Em 2012 foi minha segunda vitória na Ilha, já havia vencido um evento sub-16 aquele lugar é especial pra mim”.
– 2015 São Paulo Open Surfing Maresias
“Aquela vitória foi umas das mais especiais, pois nunca consigo obter bons resultados aqui no Brasil. Eu sempre boto muita pressão em mim de poder dar o meu melhor na frente de todo mundo e da galera e acaba pesando. Em Maresias foi incrível porque precisava da vitória pra continuar na elite e um evento em casa. Foi tudo de uma vez e foi especial eu venci todas as baterias e comemorei com minha família e amigos que estavam todos na praia torcendo”.
Como está sendo esse período sem competições?
“É muito difícil manter essa preparação pois nada substitui o treino dentro da água. Eu tenho uma academia que só minha família frequenta. Então eu continuo isolado e treinando todos os dias. Mesmo aqueles que não tem acabam dando um jeito para continuar treinando”.
No ano passado você terminou na 7ª colocação do QS, com direito a uma vitória na etapa 10000 ABANCA Galicia Classic Surf Pro. O que achou do ano de 2019?
“O ano foi perfeito e muito longo com muitos eventos. Eu não comecei muito bem o ano e acabei voltando da perna da Austrália meio pra baixo. Eu acabei abdicando de alguns eventos para ver o nascimento da minha segunda filha. Depois voltei para algumas etapas primes na Europa e consegui excelentes resultados com o titulo em Galicia. Em 2019 foi um calendário mais limpo e só competi os eventos do QS e conseguindo conquistar meus objetivos”.
Você estreou no Tour em 2011 e ficou apenas o ano passado de fora. Quais são suas expectativas para esse ano?
“Desde 2011 venho competindo no Tour e 2018 competi só 9 etapas das 11 o que acabou custando minha permanência pois ficava competindo o QS junto e sugou muita energia. Eu estava bem confiante para esse ano na volta ao CT com tudo dentro do planejado até cancelarem os eventos três dias antes do embarque para a Austrália.
Infelizmente os eventos não rolaram, mas sabemos que e por uma causa maior e estamos aguardando e estou vivendo um dia de cada vez”.
Você já tem bastante experiência no CT. O que você acredita que precise melhorar para ir bem nessa temporada?
“É difícil saber, pois cada ano eu tive experiências diferentes. Em 2012 eu comecei muito bem e acabei derrotando o Mick Fanning no terceiro round na casa dele e tinha apenas 19 anos.
As pessoas assimilam as coisas de forma diferente. Eu tinha uma pressão muito grande em cima de mim, por causa do Medina já começar ganhando algumas etapas e a pressão caia junto pro meu lado. Eu acho que demorei mais que os outros surfista pra assimilar as coisas e não estava com tanta gana pra vencer. Muitas vezes perdia baterias por detalhes e acaba me abalando por outros eventos. Hoje em dia eu deixei isso de lado e estou mais objetivo e experiente”.
Pergunta de uma mãe aqui pra você que esta doida com os dois filhos na quarentena. Você costuma levar sua família junto nos eventos? Como a Bruna fica com as duas? Elas aprontam muito?
“Pra mim a quarentena tem um lado bom de poder ficar com as minhas filhas e minha mulher e tendo 24 horas de entretenimento. Cada uma tem seus horários e é uma dinâmica diferente. Nesse período que não estou viajando é bom que estou podendo ver a evolução delas e curtindo minha família. O que eu falo pra galera eu estou bem tranquilo e racional e nem fico ansioso pensando ou não na volta do Tour e seguindo minha rotina.
Eu acredito que os eventos que elas estão comigo eu fico mais focado e acabo obtendo melhores resultados”.
Como é essa parceria com seu irmão? Dentro do mar como é essa rivalidade?
“Ano passado com fiz o ano focado só no QS a gente passou o ano todo juntos. Foi bom ver a evolução dele durante o ano. Todos falam o Samuel bateu na trave em 2019, mas pra mim seria um bônus ele entrar no CT. Antes da perna europeia, ele estava na 112 colocação do ranking do QS fora até mesmo dos eventos QS10000 até aquele momento. E chegou no Hawaii com a nona colocação foi uma reviravolta incrível. Infelizmente não aconteceu a classificação!!
Nossa rivalidade fica mais fora do surf e sim em outros esportes. Quando vamos jogar tênis, futebol e ping-pong. Dentro da água a gente sabe que vamos dar o melhor já competimos juntos e avançamos uma bateria ano passado em Pantin. Os títulos primes do ano passado seguidos ficou marcado para a gente”.