Kauê Germano e Wallace Vasco são os destaques no primeiro dia do Hang Loose Surf Attack

O primeiro dos três dias da etapa de abertura do Nossolar apresenta Hang Loose Surf Attack 2017 teve como grandes destaques Kauê Germano, de São Sebastião, e Wallace Vasco, de Florianópolis/SC. A tradicional competição, em seu 30º ano consecutivo, começou nesta quinta-feira (15), com ótimas ondas de até 1,5 metro, na Praia de Itamambuca, em Ubatuba, reunindo 230 atletas, divididos em cinco categorias.

Campeão paulista iniciante em 2015, Kauê fez uma apresentação muito boa na júnior (até 18 anos), garantindo a maior nota do dia, 9,5, e também a melhor somatória, com 18 pontos de 20 possíveis. Wallace, que até cinco anos atrás nem conhecia o mar, também deu um show, primeiro na mirim (no máximo 16 anos), com 17,50 – incluindo uma nota nove – e depois, quase repetiu a dose na júnior, com 16,50.

“Fiz a estratégia de começar a bateria pegando uma onda da série. Graças a Deus, deu certo e fiquei amarradão de pegar umas ondas boas”, falou Wallace. “Ano passado também competi no Hang Loose aqui, fiz semifinal e agora espero ir melhor”, complementou o surfista que mora em Florianópolis, mas nasceu em Brasília/DF. Mudou-se para a capital catarinense aos nove anos e aprendeu a surfar na Praia da Joaquina. “Até então, nem conhecia o mar”, revelou.

Kauê também demonstrou animação com sua performance. “Foi animal! Dropei, cavei e dei uma batidona e pensei: agora é só fazer o feijão com arroz e consegui mandar mais três manobras boas. Voltei para o fundo e consegui outra boa. Fiquei feliz. O campeonato vai seguir e espero repetir outros scores como esse. Vou tentar os dois títulos na júnior e na mirim e ajudar a minha cidade”, afirmou o atleta da praia de Juquehy.

Outros destaques do primeiro dia de evento foram o carioca Vitor Ferreira, com 15,5 na júnior; o ubatubense – agora radicado em São Sebastião, onde integra o Instituto Gabriel Medina, Guilherme Fernandes, com 15,15 pontos, na estreante (sub12); o catarinense Leo Casal, com 14 pontos na iniciante (no máximo 14 anos); e o talento local, Pedro Mota, com a mesma pontuação na mirim.

A competição segue nesta sexta-feira e tem as baterias decisivas no sábado. Todas as disputas são transmitidas ao vivo pela internet, pelo link hangloose.com.br/surfattack2017. O limite de idade é de 18 anos, mas alguns atletas começam bem cedo, como o pequeno Kaipo Tomazzi, de Caraguatatuba, o mais jovem na disputa, com apenas quatro anos.

Já pensando nessa garotada, o evento conta com várias atrações fora do mar, além das disputas. Nas tendas montadas ao lado do palanque, Júlio Ozorio, o Bro, comanda várias brincadeiras como pebolim, ping pong e gincanas, além da pintura de pranchas com Jefferson Guedes, da God Bless Art, artista que já pintou pranchas de tops como Filipe Toledo, Alejo Muniz e Hizunomê Bettero.

JULGAMENTO – A novidade nesse primeiro dia de disputas foi a interação dos juízes com os atletas e, consequentemente, pais e técnicos sobre as regras de competição. Os três ‘head judges’, função de coordenação do julgamento, explicam aos competidores, via locução, os principais pontos na competição, como a situação de interferência (quando um atleta atrapalha a onda do rival) e critérios de julgamento, forma didática.

Após momentos específicos um dos ‘heads’, Marcelo Nunes, José Claudio Gadelha ou Paulo Motta, falam ao público. “Para que todos, tanto atletas quanto pais e técnicos, possam compreender com mais clareza que maneira se aplicam as regras. A ideia é encurtar a distância entre competidores e julgamento”, diz Paulo Motta.

“Como todos falam, o Hang Loose é uma escola na prática e esse trabalho desenvolvido confirma isso. Temos de nos preocupar em ensinar”, diz o presidente da Federação Paulista de Surf, Silvio da Silva, o Silvério. “Estamos desenvolvido o trabalho de base, o futuro. Esse campeonato já revelou grandes nomes que hoje estão na elite mundial e essas explicações ajudam a preparar essa molecada para o que enfrentarão no surf profissional”, acrescenta Marcelo Nunes.

Vale destacar que o corpo técnico no Hang Loose Surf Attack é formado por juízes de ponta, alguns com vivência internacional, outros ex-surfistas profissionais. Entre eles, Marcos Quito, que já atua em etapas do WCT, e Mauro Rabellé, na função desde 1984 e hoje ‘head judge’ no Mundial de Longboard da WSL. Há também “novatos”, mas que já conhecem bem do esporte, como Renato Galvão, bicampeão brasileiro profissional e passando a integrar essa nova função. “O julgamento é parte fundamental para o sucesso do evento. Gera credibilidade”, destaca Gadelha.

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