People on Tour mostra os bastidores da WSL

A máxima de que a vida começa aos 40 anos, pode ser totalmente aplicada ao carioca Pedro Burckauser. Foi exatamente nessa idade que ele pegou todas as suas economias para investir no seu sonho: acompanhar o Circuito Mundial de Surf na integralidade. Largou a profissão de engenheiro de som de 20 anos e caiu na “estrada” ou melhor, passou a seguir o Tour, da Austrália ao Havaí, passando por outros paraísos como Taiti e Fiji.

13615447_10154487500824156_3022854842499070281_nHoje, dois anos depois, Pedro transformou o sonho em realidade. Está presente em todas as etapas da melhor forma possível, trabalhando diretamente com o Circuito – ajuda na produção do webcast em português da WSL e ainda gera conteúdo para a ESPN Brasil. E, efetivamente, dentro da estrutura teve a ideia de compartilhar com outros amantes do surf os bastidores de cada competição.
Cliques de quem é um privilegiado por estar nos bastidores. As estrelas do WCT são os principais personagens, lhe respeitam, atendem e interagem, mas os posts vão além, retratando também as culturas e comunidades locais, os espectadores. São fotos – algumas vezes vídeos – com descontração e em certos momentos, carregadas de emoção e relacionadas com a etapa que está sendo realizada. Imagens marcantes como a histórica de Mick Fanning ajoelhado com as mãos no rosto, logo após o susto com o tubarão em Jeffreys, ano passado. Outras engraçadas, como Italo Ferreira simulando um tubo na piscina do hotel em Fiji, junto com Filipe Toledo.Generoso, criou três canais de comunicação – site, Facebook e Instagram – com o sugestivo nome “People on Tour”, mostrando a visão de um fã da modalidade, do evento. Diferente de qualquer publicação que divulga o surf, Pedro Burckauser não está preocupado com as manobras dos atletas nas ondas. Pelo contrário, é conhecido por ficar de costas para o mar, garantindo momentos diferentes e únicos, de espontaneidade, até mesmo da intimidade dos atletas e personagens que atuam no Circuito.

“A WSL faz a transmissão ao vivo, as outras mídias divulgam fotos da ação e informam os resultados, mas eu queria mostrar a minha visão. A visão de um fã que é apaixonado pelo evento de surf. Adoro andar pela areia e fotografar as famílias, as crianças, os amigos. É um ambiente de muita alegria e boas energias. O meu registro é sobre felicidade, não sobre resultado”, comenta Pedro.

‘Você não bate foto de surf?’. “Já me falaram várias vezes eu sou o único fotógrafo de costas para a água (risos). Acho uma boa definição”, afirma. “Mas com o tempo, os atletas foram percebendo que o People on Tour nada mais é que a visão de um fã, a experiência de se ir a um evento da WSL, onde você cruza com seus ídolos, faz bagunça com os amigos na areia ou compra cachorro quente para sua filha na área de alimentação”, explica.

O nível de intimidade com os atletas, estando em lugares estratégicos, onde poucos chegam, é resultado de sua discrição e a preocupação em não incomodar. “Acho que isso fica aparente quando estou próximo deles. Já perdi muitas possíveis ótimas fotos justamente porque achei que não seria adequado pegar a câmera para batê-las. Essa dinâmica é boa pois me deixa à vontade para bater as fotos quando eles estão à vontade”, destaca.

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“Sou movido pela minha vibração e só bato fotos quando me sinto bem. O People on Tour para mim não é trabalho. Não tenho de responder a ninguém, a chefe. As fotos são fruto da minha vibração, da minha conexão com o lugar e as pessoas”, argumenta sobre a inspiração para cada foto.
“Hoje, com os trabalhos da ESPN e WSL consigo empatar os custos em quase todas as etapas, entretanto continuo conversando com algumas marcas e espero, em breve, fechar uma boa parceria para o People on Tour e aí sim, poder viajar sem malabarismos”, revela o também surfista. “Surfo desde muito pequeno e sou apaixonado pelo Circuito. Na verdade, sou mais apaixonado pela competição do que pelo esporte em si. Já deixei de surfar ondas muito boas para poder acompanhar o evento (risos)”, completa.Para chegar a esse estágio de estar e fazer o que sonhou, Pedro arriscou e apostou no futuro. Depois de anos trabalhando com áudio, mixando discos e finalizando filmes, resolveu que era a hora de mudar. “Precisava sair de dentro dos estúdios e ir atrás do meu sonho, que sempre foi seguir o Tour”, conta, lembrando o investimento pessoal no início. “Peguei toda a grana da rescisão mais o fundo de garantia e me joguei”.

 

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