Jihad Khodr usa surfe para rodar o mundo e pregar paz em competições

Jihad Khodr já foi campeão brasileiro de surfe e esteve na elite mundial do esporte na década passada. Porém, há algum tempo, ele não busca no surfe apenas títulos e participações nos principais campeonatos. O esporte é para Jihad, nome que significa guerra santa em árabe, uma forma de pregar a mensagem de paz do islamismo, religião que professa, pelas praias por onde passa.

Nos eventos que disputa, Jihad costuma levar garrafinhas que contém dentro um papel com a palavra paz escrita em várias línguas. Na última semana, o surfista de 33 anos participou do QS 3000, na praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. Como as garrafinhas tinham se esgotado na etapa anterior, disputada em Itacaré, ele não pôde entregá-las em Maresias. Mas, por meio das palavras, seguiu pregando a paz.

“É uma lembrança de paz. Acho que todo mundo precisa dessa respiração, independente de qual a religação. O muçulmano também tem muita sabedoria, tem essa universalidade. Essa garrafinha é mais para unir tudo e virar tudo uma paz. Consegui despertar essa divindade interna em mim, graças a minha religião, minha essência do meu pai e da minha mãe. Estava sem patrocínio, a Fambras (Federação das Associações Mulçumanas do Brasil) deu a oportunidade de fazer o que gosto e expandir. Uniu os dois. Uniu a paz, a mensagem, o amor pelo surfe que é diariamente. Vivo isso, esse amor. Vivo em pensamento, em palavras, em energia. Isso que o mulçumano é. Trazer um pouco dessa mensagem, dessa verdade que ninguém conhece, que está oculto e muita gente confunde”, afirmou.

Jihad nasceu em Matinhos, no Paraná, e é filho de libaneses. A carreira no surfe começou promissora e teve altos e baixos. Nos bons momentos, chegou a disputar a elite mundial e foi campeão brasileiro de surfe duas vezes (2006 e 2007). Porém, o último título nacional ele perdeu por não fazer o exame antidoping que era obrigatório. Ele chegou a realizar o exame quando soube que poderia perder o título e o resultado deu negativo. Porém, perdeu o título mesmo assim por não ter feito na data correta. Ficou quase um ano suspenso.

O islamismo está presente na vida de Jihad desde que ele nasceu. Porém, afirma que passou a seguir melhor a religião após passar por algumas dificuldades na vida. O surfista, por exemplo, já teve problemas com bebidas.

“Passei por umas dificuldades, conheci o mundo, conheci os desejos do mundo. A hora que precisei mesmo da luz, de Alá, de Deus, voltei para as mensagens da minha mãe, de amor, de tanto que ela já tinha me mostrado desde criança. Cresci ouvindo todas as rezas. Voltei porque ali é meu caminho, minha religião. Tudo conspirou. A energia boa brotou novamente. Tudo está conspirando. Me encontrei já. Não dependo do resultado. Eu sou essa felicidade, essa paz, esse amor. Consegui expandir isso que todo ser humano tem. Nós saímos passando essas informações”, finalizou.

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