Entrevista exclusiva com Vivi Freitas: “O surf é muito mais que um caso de amor”

A jornalista e surfista, Viviane Freitas respira surf desde que viu o oceano pela primeira vez, ainda na adolescência. Apaixonado pelo esporte, criou o site Surf Room, um site que explora as habilidades do surf feminino, para as mulheres que são apaixonadas pelo oceano, pelas ondas e que não abrem mão de viver os bons momentos que o mar pode proporcionar.
Além de reunir diversas matérias, Vivi levanta pautas das situações que as mulheres enfrentam nos diferentes âmbitos do esporte. Em entrevista exclusiva ao Tudo pelo Surf, ela contou um pouco sobre essa paixão pelo surf!!!!

Como você iniciou no surf?

“Comecei aos 22 anos, em Salvador, sem ajuda de instrutor e com a prancha de uma amiga. Na Bahia, não existia escolinhas de surf e o esporte era bem marginalizado, mesmo no ano de 2001, 2002. Aprendi do jeito mais difícil e sem ajuda de ninguém. Também aprendi a nadar tarde, aos 18 anos, também sozinha, na praia, perguntando pessoas que eu julgava que nadava bem. Minha vida sempre foi movida a este sonho de surfar, sempre foi o meu principal objetivo na vida e hoje quando me vejo no outside ainda não acredito que consegui. Foram muitos medos vencidos até aqui”.

Quais suas influências?

“Minha primeira influência no surf foi o Kelly. Morava em uma cidade que não tinha praia, a mais próxima há pouco mais de 300 km. Minha vida era apenas estudar e jogar futsal, mas tinha o hábito de ler muitas revistas e em uma dessas vi o Kelly. Ele havia se tornado 3 vezes campeão mundial. Quando abri a revista fiquei chocada com aquelas ondas e pensei: ´Meu Deus, eu preciso fazer isso um dia, é isso que eu quero, eu preciso disso’. Depois fiquei mais ligada no surf e passei a acompanhar as meninas, na época Jaqueline Silva, Tita Taves, depois veio a Silvana. A minha principal musa inspiradora atualmente é a Stephanie Gilmore”.

Você prefere freesurf ou competição?

“Eu prefiro freesurf porque não tenho uma performance muito boa, mas vou ter e se um dia rolar quero participar de alguma competição sim, acho legal”.

unnamedO surfe é um caso de amor?

“O surf é muito mais que um caso de amor, depois da minha filha Camila, é o meu oxigênio. Morro sem essas suas coisas, mesmo estando viva”.

Relembra algum momento marcante?

“Claro. Teve um dia de surf com meus amigos e resolvemos surfar no Grumari (RJ), final de tarde, com mais de 1m. Peguei uma esquerda enorme e vi a parede rodar, meu amigo gritou, foi demais!”.

Quais picos já enfrentou que te marcaram?

Não tem um lugar específico, pois estou sempre surfando aqui no Rio, ainda não fiz nenhuma surf trip internacional. Mas, alguns swells marcaram. Já entrei na Macumba certo dia, com o mar botando 2,5 m na praia. Foi incrível, eu estava em uma vibe muito boa e deu tudo certo, não passei nenhum perrengue, só adrenalina mesmo.

Do que tem medo?

“Tenho medo de não poder mais surfar”.

Como é sua preparação física?

“Atualmente, surfo sempre pela manhã até os braços caírem, em média 3 horas. Hoje deu vontade de ficar a manhã toda dentro d’água. Comecei com o coach Eduardo Silva porque estou buscando mesmo performance, porque eu quero sentir mesmo a energia de fazer a linha da onda. Além disso, malho todos os dias na academia BodyTech, para condicionamento físico”.

Seu sonho?

“Viver do surf, para poder continuar surfando”.

Por João Otávio Vieira

 

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